Plantas Flutuantes: um amor perigoso?
Posted by     03/31/2022    0 Comments

As plantas flutuantes são incríveis.

Ótimas para purificar a água, absorvem nitratos e amônia como fonte de nitrogênio. Ao absorver o excesso de nutrientes e reduzir a quantidade de luz, muitas vezes ajudam a controlar as algas, especialmente em lagos ao ar livre. Eles também fornecem cobertura para os peixes mais tímidos.

Em termos botânicos, a maior vantagem que eles têm sobre as plantas aquáticas submersas é o acesso ao ar (especificamente CO2). Aproximadamente 50% da massa da planta vem do carbono (através do dióxido de carbono) e enquanto a concentração de dióxido de carbono no ar é de cerca de 400ppm (partes por milhão), debaixo d'água é de cerca de 3ppm. É por isso que a injeção de CO2 faz uma diferença tão grande no crescimento das plantas. Sem injeção de CO2, é como tentar construir músculos sem proteína: possível, mas muito mais difícil.

Ter acesso ao ar e uma quantidade relativamente grande de dióxido de carbono torna os flutuadores extremamente poderosas em comparação às plantas submersas. Muitas vezes representam um perigo para outras plantas quando mantidas juntas em num aquário.

Um perigo?

As plantas flutuantes assumem uma posição dominante (mais perto da luz, acesso a CO2 ilimitado), comparativamente, elas tem tudo para se propagarem muito mais rapidamente assim conseguem sombrear as plantas submersas. A maioria das luzes do aquário não são muito poderosas, então, em comparação com a luz solar natural nem se fala. A situação que se desenvolve é que mesmo pequenas quantidades de sombra por plantas flutuantes faz com que as plantas aquáticas que crescem abaixo delas sofram com a falta de luz. 

Se esta a manter plantas flutuantes no aquário, há uma boa hipótese das plantas submersas não estarem tão bem - elas simplesmente não têm acesso suficiente à luz. Mesmo pouca, a sombra dá cabo delas.

Para além disso, até o fertilizante liquido pode ser um desperdício neste caso. É provável que até 90% dessa nutrição adicional seja absorvida pelas plantas flutuantes, deixando pouco (ou nada) para as plantas submersas. Como os animais, as plantas competem pela nutrição e não têm piedade na natureza. As espécies dominantes (e as flutuantes dominam facilmente as plantas submersas) acumularão toda a energia para sí.

Acima: Amazon frogbit (Limnobium laevigatum) é popular em aquários internos, pois tem folhas menores do que seus primos maiores, como Eichhornia crassipes (jacinto d'água), Pista stratiotes (alface d'água) e Ludwigia sedioides (flor de mosaico) etc. 

Mas sem elas fico com algas!

As plantas flutuantes são benéficas, pois ajudam a absorver amônia/nitratos e outras impurezas, como metais pesados. Portanto, num aquário com um filtro de tamanho insuficiente (muito peixe, ou muita luz), eles podem ajudar a reduzir as algas, absorvendo o excesso de resíduos na água. 

Portanto, não: Não somos contra as plantas flutuantes. No entanto, geralmente não as mantemos em aquários onde queremos que as plantas submersas cresçam bem. É possível, mas não é tão fácil. 

Algumas plantas flutuantes populares de tamanho menor para usar em aquário incluem Limnobium laevigatum (Amazon Frogbit), Phyllanthus fluitans (flutuadores de raiz vermelha acima), Salvinia natans, Azolla carolinana etc. e por último a Lemna minor (Duckweed) que se propaga rápido demais e é muito pequena em tamanho, sendo que muitos de nós, aquaristas, tentamos fugir dela.

Então o que posso fazer?

Quer manter plantas submersas e flutuantes?

1.Mantenha as plantas flutuantes nas bordas do aquário ou numa área onde elas não vão deixar sombras sobre as outras plantas submersas. Se fizer essa troca e já tiver as plantas submersas fracas, isso pode desencadear um crescimento temporário de algas. A solução é adicionar mais plantas submersas para que a maior parte da área exposta à luz seja coberta por plantas e não algas. Manchas abertas sem plantas e expostas à luz são sempre vulneráveis ​​às algas.

2. Esteja atento no controle da massa/volume das flutuantes e remova o excesso de plantas regularmente (flutuantes e submersas). Lembre-se que o crescimento é exponencial. Ao manter sua população de flutuantes sob controle, mais luz e nutrição serão disponíveis para as plantas submersas.

3. Forneça um substrato rico e/ou fertilizantes diretamente na raiz para suas plantas submersas (enraizadas). Tal nutrição é menos acessível para as plantas flutuantes, dando às plantas submersas mais hipóteses de garantir os minerais vitais necessários. 

 

 

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