Por que tratamos o cloro?
Posted by     08/15/2022    0 Comments

O uso de cloro para tratar a água remonta à década de 1890 na Alemanha e no Reino Unido. Hoje, a cloramina é frequentemente adicionada ao cloro, pois é mais estável. Enquanto alguns países na Europa mudaram para outros métodos, a grande maioria dos sistemas urbanos espalhados pelo mundo continua com o método comprovado: Cloro e Cloramina para eliminar patógenos nocivos.

Eu realmente preciso usar um condicionador (anti-cloro)? É um daqueles produtos comuns, mas na verdade desnecessários no hobby da aquariofilia?

Hoje, a maior parte da água da torneira urbana contém entre 0,2 ppm (partes por milhão) e 2 ppm de cloro e cloraminas. Isso é alto o suficiente para matar doenças transmitidas pela água, mas baixo o suficiente para consumo humano. No entanto, este nível é suficiente para prejudicar os peixes e destruir as bactérias benéficas presentes no aquário. Para espécies de peixes sensíveis, níveis tão baixos quanto 0,05 ppm podem ser letais.

Em Portugal o nível recomendado é entre 0,2 e 2ppm ou 2 mg/l, o que está dentro das margens de concentração de Cloro / Cloramina em algumas das maiores cidades pelo mundo:

Tóquio: 0,1 a 1 ppm
Boston: 2 ppm
Londres: 1 ppm
Roma: 0,2 ppm
Bangkok: 2 ppm
Sydney: 1 ppm
Cingapura: 2,4 ppm

Mas tenho amigos que não usam condicionadores durante as TPAs, e os peixes parecem bem?

O cloro tem uma característica muito importante, evapora com o tempo. Um copo de água deixado em repouso eliminará a maior parte do seu teor de cloro entre 24 a 48 horas. Portanto, se o seu prédio recebe água dum tanque principal de retenção de água que tem água parada por muito tempo, é possível que a água da torneira tenha níveis muito baixos de cloro no momento em que a abre, mesmo que uma quantidade elevada de cloro tenha sido injetada durante o tratamento da água. Por outro lado, em residências sem tanques de retenção, onde a ligação é direta, os níveis de cloro tendem a ser mais altos.

Antigamente os aquariofilistas costumavam manter garrafões de água destapados para deixar o cloro evaporar.

A minha cidade é conhecida por ter baixos níveis de cloro!

Em áreas onde o nível de cloro é baixo, é possível fazer trocas de água menores sem condicionares sem matar os peixes. No entanto, ainda pode causar danos cumulativos a longo prazo, pois muitas vezes os condicionares têm também a função de desintoxicar metais pesados que se vão acumulando - tubos antigos, sistemas de metal têm a tendência de libertar alguns destes resíduos.

Em algumas cidades, como o Tóquio, os níveis de cloro são baixos (cerca de 1 ppm) e a água da torneira sai para a maioria das pessoas com entre 0,1 a 1 ppm de cloro. Em lugares como o Tóquio, os aquaristas descobriram que podem fazer 20% das trocas de água sem condicionadores e sem problemas a prazo.

No entanto, esta é uma prática perigosa.

Se o nível de cloro da água aumentar (situações ocorrem como descargas de maior concentração de cloro em certos dias para desinfecção mais profunda da rede de abastecimento de água) ou se fizer uma troca de água maior e o cloro atingir níveis letais, pode vir a perder peixes.

Outro fator a ter em consideração, é o facto do Cloro livre reagir com a presença de carga orgânica (amónia) formando cloraminas, que são perigosas para a biologia do aquário. As cloraminas são mais estáveis que o cloro gasoso, permanecendo ativas por mais tempo na água. Um meio eficaz de eliminar cloraminas é o uso de um filtro de bloco carvão ativado, assim como um condicionador de boa qualidade.

Um bom condicionador, não só remove o cloro e cloraminas, neutraliza metais pesados, como também desintoxica amónia, nitritos e nitratos, além de promover a regeneração da mucosa protetora dos peixes.

Resumidamente, é sempre mais seguro usar um condicionador (anti-cloro) na água que vamos adicionar ao aquário, pois a vida do nosso mini eco-sistema será sempre mais importante do que os poucos cêntimos que custará a dose necessária para tratar essa mesma água.

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